quinta-feira, 14 de junho de 2012

Preservação Ambiental e Cristianismo

Por Atila Calumby

Hoje em dia a preservação ambiental está em grande evidência, isso por que o homem começou a perceber que ele depende e muito do planeta para manter-se vivo e destruí-lo já não é um bom negocio em longo prazo.

Desmatamento, poluição, destruição da camada de ozônio, aquecimento global, escassez de agua potável estão dentre os temas mais comentados em todo o mundo. Grupos de defesa do meio ambiente têm se levantando a todo o momento, e o grande questionamento é: “É possível suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações?” É possível ter desenvolvimento sustentável?

Sabemos que os índices populacionais estão em crescente, temos cada vez mais gente nascendo - principalmente em áreas pobres e menos desenvolvidas do planeta - e a expectativa de vida aumentando visivelmente, a ciência tem andado a passos largos em muita coisa e atualmente - em teoria - conseguiríamos suprir toda a demanda de comida e água que a população mundial precisa. E no futuro, se apenas continuarmos destruindo sem uma mentalidade de preservação isso ainda será possível?

Do ponto de vista teológico, eu como um Cristão devo me importar com a natureza? O que Deus acha disso? O que sua palavra nos diz a cerca da natureza e da preservação do meio ambiente? Será que os Cristãos realmente se importam com o planeta?

Esse assunto gera muitas perguntas, mas permitam-me iniciar com a resposta da última que fiz: Não! A maioria esmagadora dos Cristãos não se importam e não estão querendo saber sobre o futuro, aliás, para a maioria deles quanto pior ficar, melhor será!

É de uma ignorância doentia o estado que a igreja vive atualmente. Inerte, hipócrita, humanista e antropocêntrica e milhares de outros adjetivos que prefiro não relatar. Muito de tudo isso se deve ao fato de que os Cristãos não conhecem de Deus, falta-lhes o conhecimento de sua vontade. Vivemos num século onde a Igreja optou em tirar o trono de Cristo e colocar Satanás em seu lugar.

A mentalidade é a seguinte: Cristo não reina, ele é apenas um “cabeça” fictício, e quando reina atua exclusivamente em uma espécie de reinado espiritual, já que na terra ele não tem vez. E a Igreja que vive em mundo totalmente longe da soberania de Deus, entregue a demônios, o melhor que se tem a fazer é trancar-se dentro de seus muros eclesiásticos, como verdadeiros monges medievais.

Para esses grupos, não interessa nada mais do que atividades para crentes, dentro de um mundinho crente, onde não é necessário e nem cabível o interesse pela politica, economia, ecologia, filosofia ou qualquer outro tema que promova alguma esperança de um mundo melhor, pois simplesmente não haverá mundo melhor.

Inconscientemente eles mataram o coração e a essência das missões, aniquilaram a transformação de culturas, costumes e da própria sociedade por conta de sua visão de reino/futuro. Vivem como se a salvação de almas fosse à única coisa que Deus ordenou, quando na verdade o que Cristo fez naquela Cruz foi o inicio de um novo tempo. Tempo esse em que Cristo reina material e espiritualmente onde possui todo o poder tanto na Terra quanto nos Céus. Tempo que quando oramos “seja feita tua vontade assim na terra como nos céus” não é um mero clichê de uma reza repetitiva.

Não é possível ser um Cristão empenhado na causa de Deus e de suas ordenanças sem desejar a reconstrução de um mundo segundo a vontade dEle. Não é possível se engajar na causa divina tendo o pessimismo no lugar do Domínio de Cristo sobre todas as coisas.

Nas escrituras vemos claramente que Deus é o rei e criador de tudo que existe, ele que tem o Domínio de tudo e foi ele mesmo que na nova aliança colocou o Cordeiro acima de todo reino, principado e potestade. Foi Deus quem ordenou ao homem para que: lavrasse e guardasse a terra. Deus concedeu a Adão o domínio e o poder de guardar, lavrar e zelar de toda obra criada. Isso é algo que não deve ser ignorado, por que tudo que se volta contra as ordenanças de Deus é pecado.

Adão pecou como sabemos bem e com isso Satanás assumiu o domínio antes dado à ele, a humanidade então tornou-se impossibilitada de recuperar seu “status” por conta própria. Mas Deus que é rico em misericórdia entrou novamente na história, se faz homem, morreu numa cruz, e ressuscitou para um Reino de Poder e Vitória, como Jesus mesmo disse: “É me dado todo o poder no céu e na terra”. Jesus nos faz juntamente com ele Reino e Sacerdotes para que novamente em posse de uma nova chance, pela igreja em Cristo, o homem exerça o papel que perdeu no Éden.

Isso é um dever do homem regenerado, zelar e cuidar das coisas de Deus. As escrituras chegam a dizer que: “A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados”. (Rm 8:19). E para que ela aguarda? Para que estes a destruam? Não! Mas para que estes cumpram o que Deus determinou a Adão no Éden!

Vemos que: “Ela (a natureza) foi submetida à futilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto”. (Rm 8:20-22).

Isso é algo que deve ser feito, Cristãos precisam fazer seu papel como herdeiros em Cristo e libertar a natureza de sua escravidão, precisam zelar por todas as coisas como é a vontade de Deus. Foi a natureza que sem culpa alguma foi amaldiçoada por nossa conta e geme até “agora”, no entanto, sem perder as esperanças, ela aguarda que os filhos de Deus tomem partido. Para isso é preciso que a Igreja volte a compreender quem é, e o que deve fazer, deixando a ideologia do fracasso para trás e reassumindo seu papel como o único candeeiro capaz de iluminar e transformar o mundo.

O que fazer para preservar? Atitudes simples como reciclar seu lixo, desligar a torneira quando se está lavando as mãos ou escovando os dentes, deligar o chuveiro para passarmos shampoo e afins, uso racional de sacolas plásticas, uso racional de copos descartáveis e toalhas de papel, apagar as luzes ao sair de lugares, em fim, milhares de pequenas atitudes que como essas podem fazer do amanhã um lugar melhor para se viver.

Precisamos lutar como Cristãos não só para que sua cidade tenha esgoto tratado ou que o IBAMA faça o que tem de ser feito, mas lutar principalmente para que nossas Leis se submetam a vontade daquele que tudo criou, por que somente através dessa mudança teremos um mundo muito mais justo e melhor para essa e todas as gerações futuras.

A preservação ambiental ainda vai ser palco de vários debates mundiais, o desenvolvimento sustentável precisa ser uma realidade e espero que não venha pela dor, mas pela conscientização do mundo em preservar o que é sua obrigação como seres humanos criados por Deus. Clamo a Deus que permita que Cristãos encabecem esse debate, que não fiquem alheios e inertes como de costume em todos os assuntos extramuros de igreja, mas possam fazer a diferença como herdeiros em Cristo. Que não seja necessário o caos, a dor e a escassez para um repensar ecológico, mas que façamos hoje as mudanças necessárias se quisermos sonhar com dias melhores.

Atila Calumby.

Nenhum comentário:

Postar um comentário